sábado, junho 16, 2007

SEMANA ACADÊMICA DO CTTMar - UNIVALI




Univali, campus de Itajaí (SC), durante a Semana Acadêmica do CTTMar (Ciências Tecnológicas da Terra e do Mar), convidou os professores Morche Ricardo Almeida e Ivo Farias.
Trataram dos temas africanidades e a Lei 10.639/03. O palestrante Morche Ricardo Almeida percebera a extrema necessidade de empenho das pessoas que têm interesse nas questões raciais e estes implementem nas escolas os temas pertinentes. Percebe-se, pois, discute-se muito mais a periferia dos assuntos elencados do que a questão em si; falta falar do que realmente interessa aos construtores do conhecimento; estes devem expor as cores que os temas exigem levando o conhecimento à sociedade. No que se refere ao conhecimento científico, a educação brasileira está distante entre a teoria e a prática. Informado Morche Ricardo Almeida de que os participantes eram acadêmicos de História e Geografia, alguns dos quais em fase de conclusão de curso, questionou-se o conhecimento dos mesmos sobre a Lei 10.639/03, e para surpresa do palestrante, o assunto a eles era ainda desconhecido.
Há quatro anos que a Lei 10.639/03 está em vigor. Descobrir universitários, em fim de curso de História e Geografia, desconhecendo a Lei 10.639/03, demonstra a lacuna a ser preenchida entre teoria e prática. É no mínimo desestimulante para quem acredita na capacidade de transformar a sociedade através da educação.
O município de Itajaí se orgulha em ser pioneiro na luta por políticas de inclusão no Estado catarinense. Em Itajaí funciona desde 2005 a Coordenadoria Municipal de Promoção da Igualdade Racial. Os acadêmicos de História, porém, em final de curso desconhecem a Lei 10.639/03, lei que garante o estudo da História e Cultura Afro-brasileira nas escolas de ensinos fundamental e médio; por extensão, nas escolas de ensino superior, porque estas são quem preparam os docentes para lecionarem na educação básica. As secretarias de educação devem ter a responsabilidade de fazer cumprir a Lei 10.639/03, contemplada pela LDB. Percebe-se ser contraditório das secretarias de educação exigir que se cumpram os dias letivos e não a Lei 10.639/03, lei que permite aos brasileiros conhecerem a história do seu País e os grupos que contribuíram para o seu crescimento. Sabendo-se que as leis (estudo da História e Cultura Afro-brasileira e a que garante o cumprimento de no mínimo 200 dias letivos ou 800 h/a) estão contempladas nas Leis de Diretrizes e Base. O conhecimento dar-se-á através da formação continuada que é um direito dos trabalhadores em educação.
Assimilada a palestra aos acadêmicos da Univali, que trouxeram alguns questionamentos, dentre os quais, o que diz respeito às cotas. Quiseram saber o porquê da Lei 10.639/03 não ter contemplado os indígenas brasileiros; estes também foram esquecidos pela história nestes quinhentos anos e precisam ser lembrados e respeitados.