sábado, setembro 23, 2006

UMA MANEIRA DE EXPLICAR A LONGA EXISTÊNCIA DO SISTEMA ESCRAVOCRATA

Professor Morche Ricardo Almeida
Pós-graduado em Pedagogia Gestora



Existem questões que são inexplicáveis por mais que possamos tentar refletir sobre elas. Conhecemos, na história da humanidade, tantas situações que nos chamam a atenção:
a) A servidão do povo hebreu no Egito;
b) Mil anos de feudalismo na Europa;
c) Escravidão na América;
d) Campos de concentração e a morte dos judeus na Segunda Guerra Mundial;
e) Regimes ditatoriais da América.
Como entender tais situações?
Cada um destes momentos históricos tem suas particularidades. Nada do que ocorreu foi fato isolado.
A escravidão, no Brasil, não foi diferente.
Houve toda uma estrutura para o rapto dos africanos e, conseqüentemente, para mantê-los no cativeiro subordinados a vontade de poucos.
A agressividade ao arrancar o africano de sua terra já constituía um trauma irreparável. A viagem por dias ou meses em situação subumana, reduzia sobremaneira a força para uma luta entre iguais. No Brasil, terminava-se de arrancar a identidade ao expor como mercadoria e vendê-la. Muitas vezes separando de alguém que fazia parte de sua referência. Além disso, podemos acrescentar os nascimentos aqui na América. Situação que, com certeza, diferenciava do comportamento em relação ao que vinha da África.
Não seria a explicação mais lógica para a longa existência do sistema escravocrata na Brasil, no entanto, pode ser o início para um debate mais rico.